Sentimento
do mundo
(Poema da obra Sentimento do mundo), de Carlos Drummond de Andrade
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
Interpretação
do poema
No poema Sentimento do
mundo, o eu lirico mostra tais limitações dele perante a época, pensa em seu
futuro pessimista, diz que ele estará morto e seus desejos estarão mortos. Há até
um certo medo “do futuro”.
No final da terceira estrofe, ele pede desculpas por não conseguir se expressar de maneira clara e não muito
objetiva. Nas últimas estrofes, o
eu lirico diz ”quando os corpos passarem”ele quer dizer que ficará sozinho, com apenas
recordações.
De uma forma geral, o poema é
negativo, com certos receios e medos!
(Alunas: Ana Paula e Sabrina).
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