Congresso internacional do medo
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
É intrigante ver alguém falar
de medo com tamanha coragem!
O eu lírico fala do medo como
se estivesse presente em sua vida, ou já houvera enfrentado. Não se fala em
amor, pois o amor se esconde sobre o medo de amar, e nem do ódio, pois acredita
que não existe. O ponto forte é um medo
da vida, medo de se arriscar em aventuras, medo que não te deixa ir a lugar
algum, medo de religiosidade medo de comando. Medo que questiona a morte e que teme
como será depois. E encerra então que aquele que vive de medo leva para seu
túmulo sonhos que foram acabados por medos, e sobre nossos túmulos nascerão
amarelas flores medrosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário