terça-feira, 10 de setembro de 2013

Congresso internacional do medo- sentimentos do mundo


Congresso internacional do medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.




É intrigante ver alguém falar de medo com tamanha coragem!
O eu lírico fala do medo como se estivesse presente em sua vida, ou já houvera enfrentado. Não se fala em amor, pois o amor se esconde sobre o medo de amar, e nem do ódio, pois acredita que não existe.  O ponto forte é um medo da vida, medo de se arriscar em aventuras, medo que não te deixa ir a lugar algum, medo de religiosidade medo de comando. Medo que questiona a morte e que teme como será depois. E encerra então que aquele que vive de medo leva para seu túmulo sonhos que foram acabados por medos, e sobre nossos túmulos nascerão amarelas flores medrosas.

(Aluna: Fernanda Strazza).

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